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Era uma vez uma gatinha muito esperta, mas que pensava que já conhecia tudo e que não teria nada para aprender com ninguém. Ela se achava a gatinha mais sabida do mundo!

Certa vez, a sua mamãe lhe disse:

“Venha, minha menina, hoje eu vou te ensinar a subir numa árvore bem alta”.

A gatinha, que estava toda enroladinha, confortável, deitada à sombra de um flamboyant, levantou a cabeça, olhou para os ramos da árvore que balançavam ao vento e miou:

“E quando estivermos lá em cima, o que faremos?’

“Oras, querida, nós desceremos” – respondeu a mamãe.

“Ah, subir no alto de uma árvore para descer logo em seguida, isso eu não quero não, isso não serve para nada!” – disse a gatinha, enfiando a cabeça entre as patas.

E enquanto ela estava assim, quase cochilando, percebeu que um canzarrão corria em sua direção, latindo furiosamente.

Então, sem perder tempo, ela subiu pela árvore acima com toda a velocidade e teve a sorte de alcançar o galho mais alto. Mas as suas garras, que não tinham treinado e não eram tão fortes, escorregavam e ela mal se aguentava ali.

Enquanto isso, o enorme cachorro latia sem parar, correndo por todos os lados e dando voltas na árvore. Depois que ele se cansou e foi embora, a gatinha respirou fundo e ficou contente ao ver sua mamãe, que foi ao seu encontro e lhe ensinou a descer da árvore em segurança.

Quando chegou em casa, engoliu o jantar e foi deitar-se sem dizer uma palavra, pensando que, no fundo no fundo, ainda não sabia muita coisa da vida e que era muito, muito divertido aprender. Daquele dia em diante, ela queria aprender muitas coisas novas e treinar e treinar.

Depois, como estava cansada daquele susto, enroscou-se junto à mamãe, fechou os olhos e adormeceu.

História portuguesa adaptada por Ana Flávia Basso