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Tem gente que exala generosidade! Nos pequenos e grandes gestos.
O tempo vai passando e a gente vê que o coração da pessoa é assim. Pronto. E você tem a sorte de conviver com ela.
Você dá a deixa e o coração da pessoa transborda. Transborda em 3 histórias. Espero que você, leitor, receba tudo em seu coração. Não deixe de ver o próximo post, com a 3a narrativa.
Olá,
Meu nome é Leila e recebi de Ana o convite para buscar no meu coração uma história que me tocou em algum momento da vida. E que pudesse chegar a outros corações. Nesse mergulho, duas histórias foram acordadas.
A primeira, uma fábula infantil bem conhecida “A lebre e a tartaruga”, de Esopo.
A LEBRE E A TARTARUGA
(Esopo)
Um dia, uma Lebre ridicularizou as pernas curtas e a lentidão da Tartaruga.
A Tartaruga sorriu e disse: “Pensa você ser rápida como o vento, Mas, acredito que Eu a venceria numa corrida…”
A Lebre, claro, considerou aquela insinuação como algo impossível de acontecer, e aceitou o desafio na hora.
Convidaram então a Raposa para servir de juiz, escolher o trajeto, assim como o ponto de chegada.
E no dia marcado, do ponto inicial, partiram juntas.
A Tartaruga, com seu passo lento mas firme, determinada, disciplinada e concentrada, em momento algum parou de caminhar rumo ao seu objetivo.
A Lebre, no entanto, confiante de sua velocidade, pretensiosa e despreocupada com a corrida, deitou à margem da estrada para um rápido cochilo.
Ao despertar, embora corresse o mais rápido que suas pernas o permitissem, não mais conseguiu alcançar a Tartaruga, que já cruzara a linha de chegada, e agora descansava tranquila ao lado da estrada. (
Fonte: texto retirado do site https://www.sitededicas.com.br/fabula_lebre_tartaruga.htm em 23 de março de 2020).
Não sei exatamente o que me trouxe essa lembrança. Mas foi uma viagem no tempo. Até a ilustração do livro de quando eu era criança, ganhou vida. Eu já havia lido a história para minha filha Elis, mas não tinha feito esse link com a minha infância. Foi um presente. Fica uma sensação boa de que tudo é possível.
Pesquisando uma tradução da história acima, me deparei com outro texto, que me lembrou a história que procurava. É de um livro de contos populares do Brasil, especificamente uma história de Sergipe. Compartilho também, pois fez parte desse movimento.
O CÁGADO E A FESTA NO CÉU
(Sergipe)
UMA VEZ HOUVE TRÊS DIAS de festa no céu; todos os bichos lá foram; mas nos dois primeiros dias o cágado não pôde ir, por andar muito devagar. Quando os outros vinham de volta, ele ia no meio do caminho. No último dia, mostrando ele grande vontade de ir, a garça se ofereceu para levá-los nas costas. O cágado aceitou, e montou-se; mas a malvada ia sempre perguntando se ele ainda via a terra, e quando o cágado disse que não avistava mais a terra, ela o largou no ar e o pobre veio rolando e dizendo:
“Léu, léu, léu,
Se eu desta escapar,
Nunca mais bodas ao céu…”
E também:
“Arredem-se, pedras, paus, senão vos quebrareis.”
As pedras e paus se afastaram, e ele caiu; porém todo arrebentado. Deus teve pena e juntou os pedacinhos e deulhe de novo a vida em paga da grande vontade que ele teve de ir ao céu. Por isso é que o cágado tem o casco em forma de remendos.
Fonte: (ROMERO, Silvio. Contos populares do Brasil. Jundiaí: Cadernos do Mundo Inteiro, 2018).
Já a segunda história, que já virou terceira, chegou na minha vida adulta. Foi trazida dentro de um processo de terapia artística. Passei alguns meses com esse texto, cada momento dedicado a uma parte dele.