No terceiro dia da Semana Especial Abelhas, elegi as fábulas como forma literária que homenageará as nossas queridas abelhas!
Selecionei 5 fábulas que trazem as abelhas em seu enredo:
- O urso e as abelhas (Esopo)
- As vespas e as abelhas
- Júpiter e a abelha
- A raposa e a abelha
- A aranha e a abelha (Leonardo da Vinci)
Não consegui confirmar a autoria de três fábulas. Por isso, omiti seus autores. Se alguém souber essas informações, agradeço.
De qualquer forma, as narrativas estão aí, para você conhecer e contar. Eu nunca conto a “moral da história”, deixando cada criança livre para se relacionar com a narrativa. Mas deixo o registro para você conhecer a fábula integralmente.
Vamos mergulhar nas fábulas hoje!
“O Urso e as Abelhas”
Esopo (tradução e adaptação de Carlos Pinheiro) – Fábula XCIII
Um Urso procurava, por entre as árvores, pequenos frutos silvestres para comer quando encontrou, junto de uma árvore caída, uma colmeia de abelhas.O Urso, com bastante cuidado, começou a farejar em volta da colmeia tentando descobrir se as abelhas estavam em
casa e se poderia, em segurança, regalar-se com o precioso favo de mel. Nesse preciso momento, uma das abelhas estava a regressar do campo, onde fora colher néctar das flores.
Adivinhando aquilo o Urso pretendia, a abelha voou até ele e deu-lhe uma ferroada, desaparecendo em seguida na
colmeia.
O Urso, com a dor da ferroada, ficou furioso e atacou a colmeia com unhas e dentes, disposto a destruir o ninho das
abelhas. Mas isso apenas fez enfurecer todos os seus pequenos habitantes, e pobre Urso teve de fugir o mais depressa que pode em direção a um pequeno lago, onde mergulhou para se pôr salvo do ataque das abelhas.
Moral da História:
Mais vale sofrer uma pequena injúria em silêncio que dar oportunidade a um ataque de fúria.
“As Vespas e as Abelhas”
Demandavam as vespas e as abelhas acerca da propriedade de um favo de mel; foi juiz da causa a formiga. Inquiridas as testemunhas, depuseram todas que tinham visto em torno desse favo uns insetos escuros, compridos, com asas, tais quais as vespas, diziam umas, tais quais as abelhas, diziam outras.
Estava o juiz perplexo; o pleito já durava mais de seis meses, e prometia durar anos; escrivães, procuradores, advogados, já, de parte a parte, tinham devorado mais do que valia o favo, quando uma abelha prudente: “Para que estamos com estas coisas”, disse, “se o favo é das nossas contrárias, façam elas outro, que nós outro igualmente faremos, e ver-se-à quem delas ou de nós foi capaz de fabricar esse que pretendem lhes pertence”.
As vespas não quiseram anuir, e assim, o juiz pôde sem escrúpulo condená-las.
Moral da História:
Pela obra se conhece o artífice.
“Júpiter e a Abelha”
A rainha Abelha queria oferecer mel ao deus Júpiter. Recolheu o mel das melhores colmeias e voou com ele ao Monte Olimpo.
O deus gostou tanto do presente que prometeu dar à abelha qualquer coisa que ela quisesse.
– Oh, Júpiter Todo-Poderoso! – exclamou a abelha – dê-me um ferrão tão forte que com ele eu possa matar quem se aproximar para roubar o meu mel!
Júpiter não gostou de ver a abelha com tamanho desejo de vingança. Mas não podia recuar de sua promessa. Disse então à abelha:
– Vou dar-te um ferrão. E quando você atacar, a picada será mortal.
A rainha Abelha já ia agradecer a Júpiter, quando o deus acrescentou:
– A picada será mortal – mas será mortal para você! Quando você usar o ferrão, ele se quebrará e você morrerá!
Moral da História:
Quem deseja o mal, recebe o mal.
“A Raposa e a Abelha”
Ao ver a raposa caminhar pela floresta, a abelha pergunta:
– O que fazes por estes lados do bosque?
– Ó, querida abelha, estava com saudades! Vim visitá-la.
Desconfiada, a abelha investiga:
– Por acaso andas atrás de nosso mel?
– Imagine! Nem gosto de mel!
Muito esperta, a abelha faz um convite:
– Que tal fazeres um passeio comigo?
A abelha leva-a direto para uma casa de marimbondos.
Pensando ser uma colmeia, a raposa pula feliz em direção a ela. E para sua surpresa, é atacada pelos marimbondos.
“A Aranha e a Abelha”
(Leonardo da Vinci)
Certo dia uma aranha encontrou um local onde havia muitas moscas. Imediatamente pôs mãos à obra, tecendo uma teia. Escolheu dois galhos como apoio e começou a trançar para lá e para cá, entre um e outro galho. Tecendo seu fio de prata, construiu sua teia. Quando terminou o trabalho escondeu-se atrás de uma folha.
A espera foi breve. Logo uma mosca curiosa viu-se presa à teia. A aranha precipitou-se e devorou a mosca.
Porém uma abelha, pousada numa flor, a tudo assistira. Imediatamente voou para cima da aranha e furou-a com uma ferroada.
História anterior:
A Rainha das Abelhas (Irmãos Grimm)