A 2ª história da Semana Especial – Histórias de Primavera (de 17 a 22/09) vem da África do Sul.
É um conto que tem uma árvore como imagem central, uma árvore com frutos especiais. Essa narrativa tem qualidades interessantes:
- bom-humor: revelado pelo nome da árvore “U-wun-ge-lay-ma” e pelas variações que os diferentes animais criam
- estrutura que se repete: as crianças pequenas gostam de se deparar com uma parte da narrativa que já conhecem, da repetição intercalada com trechos novos
- uma mensagem mais profunda: um ensinamento, protagonizado pela mãe da tartaruga
Escolhi esse conto para que você e as crianças tenham um momento leve, com risos, surpresas e encantamento! Espero que goste da história de hoje. Amanhã, tem conto novo!
Um forte abraço,
Ana Flávia Basso, do Educar com Histórias
“O Nome da Árvore” (um conto sul-africano)
Há muito, muito tempo, em certa região, faltou comida e todos ficaram famintos. No entanto, naquela terra cresceu uma árvore coberta de deliciosos frutos. Mas sabia-se que o fruto daquela grande árvore só caía quando alguém pronunciava o seu nome.
As pessoas estavam cada vez mais famintas. Todos se reuniam em volta da árvore para esperar que a fruta amadurecesse e caísse. Quando a fruta estava quase madura, ficaram horrorizados ao descobrir que ninguém sabia o nome da árvore!
“Que a lebre rápida atravesse as montanhas e vá à casa do Grande Chefe. Ele sabe como a árvore é chamada e a lebre pode voltar rapidamente com o nome. – Corra e nos traga o nome; Corra, corra pelos campos e pelas montanhas!” Assim falaram os habitantes da aldeia.
“Saudações, Grande Chefe, você poderia me dizer o nome da árvore que cresce em nossa aldeia?”, perguntou a lebre.
“A árvore é chamada U-wun-ge-lay-ma. Quando você voltar para a sua aldeia, fique na frente da árvore, diga o nome e a fruta cairá”, disse o Chefe.
“Muito obrigada, Grande Chefe”, disse a lebre.
Mas a lebre voltou tão rapidamente para a aldeia que nem sequer olhou para onde estava indo, tropeçou em uma raiz e caiu rolando de uma colina.
Finalmente ela chegou à aldeia. Parou diante da árvore e gritou: “U-wun-ga-tu-ma!”
“U-wun-ga-tu-ma!”, repetiram os aldeões. Mas nenhum fruto caiu da árvore.
“Fora, saia da aldeia! Você se esqueceu do nome!”, os aldeões gritaram com raiva. E a lebre, de cabeça baixa, partiu da aldeia.
“Mandemos a cabra; ela é forte e determinada e não vai parar para comer as folhas do caminho”, disseram os moradores da aldeia. “Rápido, vá e traga-nos o nome. Corra, corra pelos campos e pelas montanhas!
“Saudações, Grande Chefe, você poderia me dizer o nome da árvore que cresce em nossa aldeia?”, perguntou a cabra.
“A árvore é chamada U-wun-ge-lay-ma”, disse o Chefe.
“Muito obrigada, Grande Chefe”, disse a cabra.
Depois, ela correu de volta para casa, mas ao longo do caminho seus chifres se enroscaram em uma árvore. Ela lutou durante muito tempo para desenroscar seus chifres, até que finalmente conseguiu se libertar; mas a essa altura já havia esquecido o nome da árvore. Chegou na aldeia, parou na frente da árvore e gritou: “U-wun-tu-gay-la!” Mas nenhum fruto caiu da árvore.
“Fora, saia da cidade! Você se esqueceu do nome!”, os aldeões gritaram com raiva. E a cabra, de cabeça baixa, partiu da aldeia.
“Agora deveríamos enviar o leão, que é tão rápido quanto forte e não têm chifres que podem se enroscar em uma árvore. – Rápido: vá e traga-nos o nome. Corra, corra pelos campos e pelas montanhas!”, disseram os habitantes da aldeia.
O leão também chegou até o Chefe e lhe disse: “Saudações, Grande Chefe, você poderia me dizer o nome da árvore que cresce em nossa aldeia?”
“A árvore é chamada U-wun-ge-lay-ma”, disse o Chefe.
“Muito obrigado, Grande Chefe”, disse o leão.
Ao voltar para a aldeia, o leão sentiu-se muito cansado e deitou-se para descansar à beira da estrada. Quando ele acordou, o nome tinha sumido de sua cabeça. Ele chegou na aldeia, parou na frente da árvore e gritou: “U-way-ma-luna!”
“U-way-ma-luna!”, gritaram os habitantes da aldeia. Mas nenhum fruto caiu da árvore.
“Fora, saia da cidade! Você se esqueceu do nome!”, gritaram os aldeões com raiva. E o leão, de cabeça baixa, tomou o seu caminho.
“Bem, amigos, mandemos agora a tartaruga”, disseram os aldeões.
“Que vá, todos nós falhamos, deixe que ela também falhe”, disse o leão.
Antes de partir, a tartaruga foi ver sua mãe. “Mamãe, como posso recordar um nome muito difícil?”, perguntou ela.
“Querida filha, se você quiser se lembrar de algo, repita-a uma e outra vez e não pare de repetir em nenhuma circunstância”, aconselhou sua mãe.E a tartaruga partiu enquanto os habitantes da aldeia se lamentavam:
Como vamos aprender o nome?
Primeiro foi a lebre, que caiu na estrada;
depois a cabra, que enroscou os chifres.
Então o leão, que bocejou e adormeceu,
e agora a tartaruga, que é lenta, lenta pelo caminho…
“Vou lenta e segura pelo caminho. Mas hoje voltarei com o nome”, disse a tartaruga para si mesma.
“Saudações, Grande Chefe, você poderia me dizer o nome da árvore que cresce em nossa aldeia?”
“A árvore é chamada U-wun-ge-lay-ma”.
“Poderia me dizer mais uma vez?”, pediu-lhe a tartaruga.
“U-wun-ge-lay-ma”, respondeu o Chefe.
“U-wun-ge-lay-ma. Muito obrigada, Grande Chefe”, disse-lhe a tartaruga.
A tartaruga retomou o caminho repetindo o nome enquanto avançava. Ao passar pela casa do vizinho, este a chamou.
“Querida amiga, você deve estar cansada. Por que não descansa um pouco?”
“U-wun-ge-lay-ma! Só pararei para descansar quando tiver chegado”, disse tranquilamente a tartaruga.
“U-wun-ge-lay-ma!”, disse a tartaruga diante da grande árvore.
“U-wun-ge-lay-ma!”, disseram todos os habitantes da aldeia.
A grande árvore balançou seus galhos e a deliciosa fruta caiu no chão. Os aldeões cantaram felizes. Eles juntaram suas mãos e dançaram ao redor da árvore enquanto cantavam:
Como sabemos o nome, contentes estamos.
Nunca mais fome passaremos.
À tartaruga e à árvore agradecemos!
Se você não viu a história de ontem, a 1a história da Semana Especial – Histórias de Primavera, clique AQUI!
Amei a história
Boa noite
Olá, Sandra! Que bom que gostou da história! É uma daquelas que nos faz dizer: “essa é um autêntico Educar com Histórias”! Bjos
Belíssima história!
Oi, Aline! Bom te ver por aqui! Tô contente por saber que está acompanhando as histórias de primavera! Bjo
Quero parabeniza-lá !vou usa no meu projeto ” É Primavera”.
Obrigada!bjs
Ah, que maravilha saber que seu projeto usará alguma história que compartilhei! Tenho certeza de que as crianças vão gostar! Bjos
Muito obrigada por compartilhar conosco essas histórias
Bjs
Olá, Sabrina! É sempre um prazer pra mim, ainda mais quando sei que vocês gostaram! Bjos
Oi, Ana! Bom dia! Gostaria de ver sua estratégia para contar essa historia, pois me delicio com seus vídeos que são sempre uma uma grande inspiração para mim.
Beijinhos,
Telma Russo
Olá, Telma! Quem sabe um dia gravo vídeos com todas as histórias?? Obrigada pelo carinho. Bjo
Esta história é maravilhosa, ensina que nem sempre ser veloz resolve e, que ao caminhar mais lentamente, com coragem e firmeza, aprendemos muito, muito, muito mais e os resultados são esplendidos! Gratidão! Amo seu imenso, consciencioso e terno trabalho, Ana Flávia Basso.
Oh, Rosangela, querida! Obrigada pelo carinho! Estou tentando compartilhar um trabalho diferenciado, humano, essencial. Bom saber que ressoa em você. Bjos
Nossa que história mais bonita!
Tenho certeza que as crianças vão adorar!!
Oi, Áurea! Bom te ver por aqui também. É uma história linda mesmo! Bjos