Semana Especial – Histórias de Anões, Duendes e Gnomos, de 20 a 25/08/2018.
“Turlutin” é um conto francês, recomendado para crianças a partir de 3 anos. É um conto curto, com uma mensagem delicada, de acolhimento, cuidado e compaixão.
Lutin em francês é duende e o nome desse pequenino tem muita sonoridade. Na tradução, optei por manter o nome original. Pronuncie-o como quiser!
Conheci esse conto em uma coletânea de narrativas do mundo, em espanhol e fiz a tradução para que todos conhecessem essa história tão bonita.
Espero que você se encante com Turlutin e seus amigos! Amanhã teremos a última história!
Um forte abraço,
Ana Flávia Basso, do Educar com Histórias
“Turlutin”
(conto francês)
Era uma vez um pequeno duende que se vestia de vermelho e se chamava Turlutin. Como todo mundo sabe, todos os duendes, anões e gnomos retornam para a terra durante o inverno para cuidar das sementes e das minhocas até a primavera voltar. Turlutin não gostava de ficar debaixo da terra, ele gostava de passear pelo bosque. Um dia, quando parecia que o inverno nunca acabaria e Turlutin estava cansado de ficar no subterrâneo, ele decidiu sair. Todos os seus amigos se assombraram e lhe disseram: “mas Turlutin, você não deveria sair; precisamos que você nos ajude nos preparativos para a primavera. Faz muito frio lá em cima e você vai congelar!”
Mas Turlutin era muito teimoso e não escutava ninguém. Numa manhã ensolarada porém fria, quando todos despertaram, Turlutin não estava mais ali, tinha saído nas pontas dos pés ao nascer do sol. Quando saiu para o mundo, tudo estava tão bonito que não se arrependeu de ter deixado o seu buraco. A neve cobria todo o bosque e os raios de sol faziam tudo brilhar como milhares de estrelas.
Turlutin correu sobre a neve, deslizando e dando rodopios. Cantou e dançou porque estava muito contente por ter saído outra vez. Mas logo a tarde chegou e o sol começou a se pôr. Uma névoa gelada surgiu e fazia cada vez mais frio. Turlutin tremia. Suas pequenas mãos e pés estavam congelando! Queria voltar para sua casa debaixo da terra, mas, depois de tanto cantar e dançar, havia perdido o caminho de volta. Com muito medo, começou a chorar. Nesse momento, um coelhinho passou saltitando e Turlutin contou-lhe a sua história.
“Não se preocupe, eu te ajudarei”, disse o coelho. “Fique aqui e logo voltarei”. E saiu correndo para buscar seus amigos do bosque: o esquilo, o cervo, o urso e a raposa. Contou-lhes o problema de Turlutin.
“Ele deveria vir para a minha casa”, disse o cervo.
“Não, deveria vir para a minha, que é mais quentinha”, disse a raposa.
“Traga-o para a minha casa, é mais confortável”, disse o esquilo.
“A minha é maior”, disse o urso.
Então, todos começaram a discutir sobre qual casa seria a melhor para o pequeno duende. De repente, o coelho teve uma ideia: “Vamos até o duende e cada um de nós lhe dará um pouquinho do nosso pêlo para que ele possa fazer uma cama macia e quentinha”.
Quando finalmente encontraram Turlutin, ele tremia dormindo sobre a neve. Com muito cuidado, sem fazer nenhum barulho, todos lhe deram um pouquinho de seu pêlo. A raposa e o esquilo escolheram o pêlo mais macio de suas caudas fartas; o urso fez um pequeno travesseiro usando o pêlo curto e marrom de suas costas. O cervo ofereceu o pêlo branco de sua barriga e o coelho deu uns pêlos compridos e bonitos de suas orelhas. Os animais cobriram Turlutin com a manta de pêlo sem despertá-lo e todos se acomodaram à sua volta para mantê-lo quentinho.
Turlutin acordou com os primeiros raios de sol. Abriu seus olhos e viu os animais ao seu redor. Tinha dormido muito bem, aquecido por toda a noite. Abraçou os animais para agradecer-lhes. O coelho disse: “É dia, agora te levarei até a porta da sua casa”. Turlutin subiu nas costas do coelho e partiram. O coelho conhecia todos os caminhos do bosque e rapidamente encontrou a porta da casa de Turlutin.
O duende lhe desejou um bom retorno até seus amigos e prometeu visitá-los na primavera, quando toda a neve tiver derretido. Depois entrou em sua casa e ali encontrou seus amigos, que ficaram muito preocupados. Turlutin estava tão cansado de sua aventura que se deitou em sua cama e dormiu muito rápido. E dormiu até a chegada da primavera.
Para conhecer a história de ontem, clique AQUI.
Olá Ana acompanho suas histórias e seus ensinamentos sobre contar histórias, como contar o quê contar, para quem .
Os gestos, amo demais suas explicações.
Linda história de cuidado com o outro, amor e fraternidade.