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O inverno chega primeiro pelo silêncio.
Não é uma data no calendário. É uma pausa sutil no peito.
Uma vontade de recolher, de falar mais baixo, de escutar o que antes a pressa não deixava.
O inverno não chega como castigo. Chega como cuidado.
Como aquele cobertor velho que ainda guarda teu cheiro.
Como o chá que esquenta as mãos – mas, de algum jeito, também cura o coração.
Tem um inverno lá fora. Mas também tem um que mora dentro.
É aquele tempo em que a alma pede abrigo.
Quando as certezas desfolham como árvores no outono.
E tudo o que sobra é o essencial.
É o tronco nu daquilo que você é, sem enfeite, sem distração.
Os invernos internos não gritam. Mas eles ensinam.
Eles ensinam que nem tudo precisa florescer agora.
Que há beleza em não produzir. Que tem força em apenas… existir.
É no inverno que a terra descansa. Que a semente silencia.
Que a vida, em segredo, se prepara pra recomeçar.
E com você também é assim.
Se hoje parece escuro, frio, parado… talvez seja só um tempo de raiz.
De mergulho. De recolhimento.
Um tempo em que o universo inteiro te convida a ficar com você.
E escutar.
Te desejo um ótimo Inverno, na esperança de que você esteja pronta para ouvir tudo o que ele veio te contar.
Com amor,
Ana Flávia Basso